Rudolf Bultmann

Rudolf Bultmann

quinta-feira, dezembro 9

A TEOLOGIA DE PAULO SOBRE O OLHAR DE BULTMANN

A TEOLOGIA DE PAULO SOBRE O OLHAR DE BULTMANN
Primeiramente Bultmann traz uma posição histórica de Paulo, com isso ele justifica toda a teologia paulina.
Posição histórica de Paulo: A posição histórica de Paulo é caracterizada pelo fato de  que ele, inserido no cristianismo helenista, elevou os temas teológicos que atuavam no querigma da comunidade  helenista à clareza do pensamento teológico, trouxe  à consciência e levou uma resolução  as perguntas ocultas no querigma helenista, e-na medida em que as fontes  nos permitem um juízo – tornou-se o fundador de uma teologia cristã.
Com relação a conversão de Pulo, Bultmann afirma que não tem o arrependimento como base e sim obediência e sujeição sob o juízo de Deus manifesta na cruz de Cristo e isso reflete toda sua teologia. Pois justamente este é o sentido de sua conversão: a renúncia à autocompreensão que teve até então, isto é, a renuncia aquilo que fora até então seu orgulho (Fp3. 4-7). Sua conversão não foi baseado numa interpretação errônea de Rom7.7.como uma confissão autobiográfica,o resultado de um colapso moral interior ,a salvação a do desespero para  o qual o teria levado o dilema entre o querer e realizar. Sua conversão, portanto não tinha um caráter de uma conversão com base no arrependimento; tampouco, todavia, o de um esclarecimento libertador, mas representou a sujeição obediente sob o juízo de Deus manifesto na cruz de Cristo sobre todo o realizar e gloriar-se humanos. È assim que ela se reflete em sua teologia.
Nas suas pregações pouco ou quase não se encontra vestígios da tradição judaica palestinense, a única coisa que importa para ele da historia de Jesus é que Jesus nascera e vivera como judeu sob a lei. Quando aponta para Cristo como modelo, ele não pensa no Jesus histórico, e sim no preexistente e que fora crucificado sob a lei. Bultmann fundamenta isso em (Fp2. cinco; 2co8. nove; Rom15. três).
Na tentativa de explica Paulo Bultmann vai estabelecer uma forte hermenêutica, e faz uma exegese profunda das epistolas paulina principalmente à de Romanos onde sua fonte de estudo é fundamentada. Bultmann não só  utiliza a epistola de romanos mas  como as de ,Gálatas ,Filipenses ,coritios1 e2,1 Tessalonicense,Filemom  que para  ele não tem  duvidas que são cartas autênticas e que são fontes para teologia paulina.
O pensamento teológico de Paulo alça á claridade de saber consciente somente o conhecimento obtido na Fe como tal. Uma relação com Deus e ser humano em um só é algo inimaginável para Paulo. O ato do crer é, ao mesmo tempo, é o ato do conhecer, e analogamente o conhecer teológico não pode separar-se do crer.
Para Bultmann não há especulação dentro do sistema da teologia paulina, antes ela trata de Deus não em sua essência em si, mas somente no seu significado para o ser humano, para sua responsabilidade e sua salvação. De modo correspondente, ela não trata do mundo e do ser humano tais como são em si, mas vê o mundo e ser humano sempre na relação com Deus. 
 O fato de que todo que se declara a Deus se declara ao ser humano ou vice-versa. Bultmann vai dizer que nesse sentido a teologia de Paulo é simultaneamente antropologia. Sob esse aspecto se encontra a cristologia paulina que não discute especulativamente a essência metafísica de Cristo, sua relação com Deus e sua relação com Deus e sua natureza, mas fala dele como aquele que por meio do qual Deus age para salvação do mundo e do ser humano. Assim o enunciado sobre Cristo é do ser humano, e vice-versa. Assim cristologia paulina é simultaneamente soteriologia.
 Bultmann afirma que Paulo vê o ser humano sempre com sua relação com Deus, Bultmann acredita que é necessária para se entender essa relação é preciso esclarecer quem essa existência partida da estrutura formal desse ser. Bultmann vai conceituar primeiramente o que seria corpo dentro do contexto paulino.
 O ser humano antes da revelação: Os conceitos antropológicos.
1.conceito de :swma [corpo]

O swma  é a parte constitutiva do ser humano;isto fica evidente de modo que Paulo não pode imaginar um existir futuro do ser humano depois morte e da consumação como existência Para determinar o conceito, swma preciso partir do singelo uso lingüístico popular, no qual swma significa corpo-e em geral o do ser humano-que, segundo o simples esquema antropológico, pode ser contraposto à yuch [alma] ou ao pnvuma[espírito] .(1ts5.23;1co5.três;7.34).existir sem swma . Resumindo, podemos dizer; a diferente possibilidade de ver o ser humano, o eu, revelam-se no uso dos termos antropológicos swma,yuch,pnvuma. O ser humano não consiste de duas ou ate mesmo de três partes; yuce,pnvuma também não são órgãos ou princípios especiais de uma vida superior ,acima da vida animal ,dentro do espaço do swma.O ser humano é uma unidade viva ,um eu, que pode torna-se objetivo a si mesmo ,tem uma relação consigo mesmo (swma) e que está vivo em sua intencionalidade, no estar em busca de algo,no querer e no saber (yucv,pnvuma).
2. Nos[entender] e sunvidhsis
Ser humano significa sempre ser eu que sou sujeito de seu querer e agir; isto, sem duvida expressa-se do modo mais evidente possível por meio do termo nos. Este termo não significa a razão ou intelecto como órgão especial,mas o saber de algo ,o compreender e julgar que é próprio do ser humano como tal e que determina  a sua atitudes não ser quando o sujeito humano é suprimido pelo pnvuma divino que lhe fala o êxtase.
3.Kardia Assim como na LXX[lei] é traduzido por Kardec[coração]ou por nous[entendimento],assim também Paulo usa kardia em grande parte no mesmo sentido de nous, a saber para designar o eu como volitivo ,planejador,ambicioso.
A diferença entre nous e kardia consiste em que com kardia não se acentua o momento da ciência contido e mais pronunciado em nous, mas torna-se dominante no momento do desígnio e querer ,bem como do estado de comoção por meio de sentimento (dor e amor).alem disso existe uma diferença sutil ,visto que o conceito da kardia pode servir par expressar o fato de que o desígnio e querendo eu podem estar ocultos;kardia é o interior em contraposição ao exterior ,o verdadeiro eu em contraste com aparência do ser humano.
 Depois de ter conceituado os termos como corpo, alma, entendimento, espírito, e coração Bultmann esclarece a estrutura ontológica da maneira que Paulo vê. Daí parte para um outro ponto que seria: A criação e o ser humano com os conceitos antropológico de carne,pecado,e mundo.
Conceitos; Sarx=carne
Os exemplos mostram que sarx não serve apenas para designar o corpo carnal concreto, mas também a ‘’carnalidade

Paulo encara o ser humano como alguém que está constantemente diante de Deus. A possibilidade ontológica de ser boa ou mal e, ao mesmo tempo, a possibilidade de ter um relacionamento com Deus; e para Paulo Deus não é designação mitológica para um estado de coisa ontológica, mas o Deus pessoal, que é criador do ser humano e que exige obediência dele.
 A criação tem um, portanto um caráter singular e ambíguo quando por um lado, ela é terra posta à disposição do ser humano por Deus para uso e proveito (1co10. 26) e, por outro lado ó campo de ação de maus poderes demoníacos. A observação histórica ,em si correta ,de que aqui se uniram a tradição veterotestamentária e a gnóstica,ainda não  se explica suficientemente os fatos.
A questão de pecado e morte também entra nesse contexto e a universalidade do pecado.
. O poder do pecado não se manifesta apenas no fato de dominar completamente o ser humano que caiu em suas mãos também no fato de submeter todos os seres humanos sem exceção à escravidão. (Rm3. 23).
O conceito de kosmos
A concepção de um universo que, abrangendo céu e terra com todos os seres incluindo deus e seres humanos, está vinculado numa estrutura unitária por meio de relações regidas por leis e racionalmente concebíveis- essa concepção, que encontrou na denominação do universo como cosmo sua expressão no grecismo, é estranha ao AT, ao qual falta o termo correspondente ao vocábulo grego kosmos
Na segunda parte Bultmann vai abordar; O ser humano sob pistes que o acredito vai fazer todo o resumo da sua análise.
Como a existência do ser humano antes da pistis [fé] é vista por Paulo tal como ela se lhe tornou transparente para visão dos testes, a existência do ser humano sob os testes já está traçado indiretamente na apresentação do ser humano antes da fé. Se o ser humano antes da pistis é condenado à morte, então o ser humano sob a pistis é aquele que recebe vida. Se a morte do ser humano tem sua causa no fato de que ele ,na tentativa de viver de si mesmo perde seu eu,a vida brotado fato de que,entregando a si mesmo a Deus ganha o eu.Justamente isso e expressa na maneira como Paulo interpreta a ‘’justiça’’ou o ato de ser ‘’justificado’’,que é pressuposição para receber a vida.
A rigor, justiça é pressuposição para o recebimento da salvação, da vida. Assim como para Abraão sua justiça (da fé) foi o pressuposto para receber a promessa (ROM 4.13), assim agora vale: o justo (da fé) irá receber a vida (ROM 1.17; Gol 3.11). Aqueles que são justificados (dikaiwqvntv s0un) terão a salvação (Rom5.1ss).Ele continua trazendo conceito como ;justiça,graça.
Dikaiosunh [Justiça].
A palavra dikaiosunh é (como o termo hebraico [tsedaqah]) de sentido múltiplo. Excetuando outros significados que o termo pode ter no uso lingüístico bíblico bem como no uso profano (dentre as quais  é de especial importância o da justiça distributiva na esfera  jurídica e que se encontra em Paulo na citação de Is10.22,ao menos de acordo com algumas variantes,em Rm9.28),dikaiosunh[justiça](como dikaios[justo])é usado no sentido ético(como retidão)quanto no uso forense.Como designação da pressuposição salvifíca ou do bem salvifíco, dikaiosunh é um termo forense.
Os caris [Graça] A caris [Graça] de Deus não é sua qualidade, não sua mentalidade válida atemporalmente, e o Evangelho não traz o esclarecimento sobre a essência de Deus desconhecida até agora, como se até agora Deus tivesse sido imaginado erroneamente como irado e que, antes deveria ser concebido como um Deus misericordioso.
Ele também traz o conceito de e sua estrutura
 Paulo entende a fé como primeiramente como [obediência] o ato da fé como ato de obediência.
2. Como a relação com Deus, a fé também determina a relação do ser humano consigo mesmo; pois a existência do ser humano no relacionamento é a aceitação do querigma não como mera tomada de conhecimento e consentimento, e sim como obediência autentica que encerra uma nova autocompreensão; portanto, ela não pode ser um ato único, que depois passou para o passado. Ela é a qualidade do ser humano que lhe é inerente para sempre de modo misterioso,como,[imortalidade]transmitida nos mistérios;menos ainda uma experiência mística,para a  qual o ser humano poderia olhar satisfeito retrospectivamente e que eventualmente poderia repetir-se interrompendo o curso da vida cotidiana ou que também permanece como sentimento de vida.Antes ,ela determina a vida em sua movimentação,e não existe momento no qual o crente estivesse dispensado da obediência como constante viver da graça de Deus. 
  
A LIBERDADE EM RELAÇÃO PECADO, LEI, MORTE.
A liberdade em relação à lei e ao pecado é, ao mesmo tempo, a em relação á morte que é o “salário “e o fruto do pecado. O crente que morreu com cristo também tem parte em ressurreição .Paulo expressa isso numa linguagem originária das religiões de mistérios  e da gnose para dizer:na fé na palavra ,na qual o próprio ressurreto fala ao ser humano ,este permite ,que doravante ,assim como a cruz,também a ressurreto se torne o poder determinante ;agora ele  falar dessa forma paradoxal- e sim nela vive Cristo.   

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